quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Artigo Premiado - A TEORIA DOS PROSPECTOS E A HEURÍSTICA DO EFEITO MANADA

Olá, caros leitores, seguindo a linha de artigos premiados, hoje temos o resumo de um dos artigos premiados no VIII Seminário de Ciências Contábeis da UFPE.

A TEORIA DOS PROSPECTOS E A HEURÍSTICA DO EFEITO MANADA: Um
estudo experimental quanto à atitude de indivíduos na decisão de investimentos em
cenários de risco

Vinícius Gomes Martins
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA e UNIPÊ BUSINESS SCHOOL

Luiz Felipe de Araújo Pontes Girão
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

Paulo Aguiar do Monte
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

RESUMO

Este trabalho buscou analisar os reflexos da heurística do efeito manada de investidores na atitude do indivíduo na tomada de decisão em ambientes de risco que envolva cenários de ganho e de perda. Para isso, utilizou-se de uma amostra de 113 alunos do curso de Ciências Contábeis, onde se analisou esse reflexo, por meio de dois casos, ambos com cenários de valorização e de desvalorização. O primeiro caso (Caso I) teve como objetivo testar a Teoria dos Prospectos, enquanto o segundo caso (Caso II), com informações similares a do Caso I, procurou encontrar evidências de efeito manada (herd behavior). Os principais resultados evidenciaram que os sujeitos da pesquisa são avessos ao risco em situações de ganho e propensos ao risco em situações de perdas, corroborando portanto a Teoria dos Prospectos. As evidências sustentam também que o conservadorismo no cenário de ganho é tão arraigado que, mesmo em situações em que o mercado, por meio de evidências de efeito manada, apresente uma postura mais agressiva, os indivíduos permanecem com a mesma atitude conservadora de antes. Já em relação a um cenário de perda, a atitude dos indivíduos também é persistente, ou seja, mesmo na situação em que o mercado sinaliza uma postura mais conservadora, realizando a perda, os indivíduos, mesmo aqueles que foram classificados com perfil conservador, apresentam uma postura mais propensa ao risco. 

Palavras-chave: Prospect Theory; Efeito Manada; Heurística; Atitude.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Feliz Natal!

Caros leitores nesse momento festivo, queremos agradecer a parceria criada em 2014, foi um ano maravilhoso para nosso blog, tendo em vista que foi o ano de sua criação.

Nesse momento estamos pensando em você hoje porque é Natal, e lhe desejamos felicidades.
E amanhã, porque será o dia seguinte ao Natal, e ainda lhe desejaremos felicidades.
Nós poderemos não ser capazes de lhe falar sobre isto diariamente,
Porque estaremos muito ocupados.
Mas isso não faz diferença, nossos pensamentos e desejos estarão com você da mesma forma.
Qualquer alegria ou sucesso que você tenha, nos fará feliz. Nos iluminará por todo ano.
Desejamos à você o Espírito do Natal.
Autor: Van Dike




terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Resultado do Sorteio

Olá, leitores, já temos o resultado!

Primeiramente, gostaria de agradecer a todos que participaram da nossa promoção, e dizer que se não fosse por vocês não teríamos chegados até aqui. Continuem ligados na nossa página que em 2015 teremos muito mais. Um grande abraço!

Mas agora vamos ao resultado, o grande ganhador é Soare X-Ander, de São Paulo. Clique aqui para ver o resultado. 

Mais uma vez, Obrigado a todos!

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Artigo Premiado - Normas internacionais de Contabilidade no Brasil: uma Análise das Percepções dos Contadores da cidade de João pessoa/PB

Olá leitores, dando continuidade aos artigos premiados, hoje apresentaremos o seguinte artigo, premiado na Convenção dos Contabilistas de Pernambuco, o mesmo é de autoria da Professora Vera Lúcia, juntamente com os seus orientandos Rayssa Silva de Morais, Jéssica Maria da Silva Meirelles e Roberto de Lima Barbosa 

Normas internacionais de Contabilidade no Brasil: uma Análise das Percepções dos Contadores da cidade de João pessoa/PB

Área Temática: Convergência Contábil - Desafios

RESUMO

O processo de convergência das Normas Internacionais tem causado bastante inquietação entre os profissionais e os usuários da Contabilidade. Considerando-se este contexto de convergência contábil e de seus impactos no meio profissional, surgiu a seguinte questão de pesquisa: qual a percepção dos contadores, de João Pessoa/PB, em relação aos seus conhecimentos no que concerne à adoção das Normas Internacionais?Para respondê-lo, este trabalho teve como objetivo geral analisar as percepções dos contadores, da cidade de João Pessoa/PB, sobre seus conhecimentos às mudanças contábeis. E como objetivos específicos: Levantar o perfil dos entrevistados e da empresa em que atuam; Identificar o nível de importância que os mesmos atribuem às IFRS; Apurar o nível de conhecimento, atualização e segurança deles em relação às IFRS; Verificar suas opiniões em relação às consequências das IFRS. O estudo se configura como um replique de estudo do artigo de Carvalho et al. (2012) intitulado “Normas Internacionais de Contabilidade no Brasil: Uma Análise das Percepções dos Auditores Independentes”. Para alcançar os objetivos desta pesquisa, foi empreendido um plano de amostragem não probabilístico do tipo intencional compreendendo 46 contadores. A coleta de dados deu-se através da aplicação do questionário. Os dados coletados foram tratados com o auxílio do pacote estatístico Statistical Package for Social Sciences(SPSS) renomeado para Predictive Analytics Software (PASW) entre os anos de 2009 e 2010, utilizou-se a estatística descritiva.Pode-se concluir que, entre os entrevistados, mais da metade sentem-se razoavelmente atualizados referentes ao conhecimento sobre as alterações trazidas pelas normas, mas não se sentem aptos a realizar a identificação da paridade em um ativo, a tomar decisões referentes à taxa para ajuste a valor presente ou decisões referentes à determinação da vida útil de imobilizados e intangíveis, que são alterações mais comentadas e trazidas pela convergência. A maioria também afirmou que tal acontecimento é de extrema importância no âmbito contábil. O processo de convergência estimulou mais da metade a sua atualização dos conhecimentos profissionais, é quase igual os que não se sentem estimulados ou não sentiram motivação para o exercício da sua profissão. É unânime entre os entrevistados os que declaram que houve/manteve-se igual a situação de conflito entre empresários e os profissionais contábeis. Podem-se reforçar os mesmos não se sentem em sua maioria apta quanto aos conhecimentos acerca do processo de convergência. Quase todos (93,5%) consideraram que o processo promoverá uma maior valorização da profissão, mas somente destes 34,8% acreditam que realmente ocorrerá esta valorização. Pode-se então concluir que os profissionais percebem a importância das Normas Internacionais, mas ainda há muitos obstáculos a enfrentar em relação ao entendimento e aplicabilidade das mesmas, como uma maior instrução e menor falta de informação dos contadores para elas.




1         INTRODUÇÃO


Com a aprovação da Lei nº 11.638/07 e na sequência a Lei nº 11.941/09, várias mudanças no cenário contábil foram apresentadas, provocando a necessidade de buscas constantes de informações e atualizações para atuar no mercado que necessita de informações de qualidade e tempestivas para tomada de decisões.
Para Carvalho e Leme (2002, p.43):

A dificuldade que a Contabilidade tem em definir uma linguagem única de comunicação em nível mundial acaba sendo um empecilho inicial às empresas que, por vezes, sentem-se desestimuladas a recorrer a outros mercados, quando se deparam com as dificuldades em apresentar suas demonstrações financeiras sob outras normas.

Este embaraço causou a necessidade de uma convergência mundial das normas contábeis, tendo como meta facilitar o acesso dos usuários a informação em nível mundial. A partir disso, surge o conceito de harmonização contábil. Ponte, Oliveira e Cavalcante (2010) abordam a harmonização contábil como um processo que possui finalidade de tornar a linguagem contábil única e inteligível, o que consequentemente reduz a assimetria informacional e os problemas de agência entre os usuários das informações contábeis, além de permitir melhor comparabilidade de informações contábeis e aumentar a transparência e qualidade destas informações.
Desta forma, a harmonização das Normas Internacionais de Contabilidade é o processo de alteração das normas contábeis brasileiras, com a adoção gradativa dos padrões emitidos pelo IASB (International Accounting Standard Board), conhecidos como IFRS (International Finance Report Standard), que também estão sendo adotados por mais de 100 países, incluindo os da Comunidade Européia.
Braga e Almeida (2008) relatam que o processo de harmonização contábil brasileira aos padrões internacionais teve início em 1990, com a criação pela Comissão de Valores Mobiliários de três comissões de especialistas para revisar e propor alterações nas Leis nº 6.385/1976, que dispõe sobre o mercado de valores mobiliários e criou a CVM, e nº 6.404/1976, que dispõe sobre as Sociedades por Ações.
Nesta situação, ressalta-se o papel do profissional contábil, seja aquele que vai produzir e manipular diretamente as informações, os contadores que vão verificar se os registros foram efetuados em conformidade com as políticas contábeis, bem como se as demonstrações financeiras deles decorrentes refletem adequadamente a situação econômico-financeira do patrimônio, o reconhecimento, a mensuração e a evidenciação nelas demonstradas. (FRANCO e MARRA, 2001).
Considerando-se este contexto de convergência contábil e de seus impactos no meio profissional, surgiu a seguinte questão de pesquisa: Qual a percepção dos contadores, de João Pessoa/PB, em relação aos seus conhecimentos no que concerne à adoção das Normas Internacionais?
Diante do exposto e, sobretudo, da questão do problema, o presente artigo tem como objetivo geral analisar as percepções dos contadores, da cidade de João Pessoa/PB, sobre seus conhecimentos às mudanças contábeis.
E como objetivos específicos:
·      Levantar o perfil dos entrevistados e da empresa em que atuam;
·      Identificar o nível de importância que os mesmos atribuem às IFRS;
·      Apurar o nível de conhecimento, atualização e segurança deles em relação às IFRS;
·      Verificar suas opiniões em relação às consequências das IFRS.

 

2        REFERENCIAL TEÓRICO


2.1          A Adoção das Normas Internacionais de Contabilidade


Para existir uma evolução são necessárias mudanças, o mesmo ocorre na Contabilidade, tendo a Convergência para as Normas Internacionais sido considerada a maior evolução da ciência contábil dos últimos anos. (Iudícibus et al., 2010).
O IASB, utilizando como parâmetro as IAS (International Accounting Standards), normas emitidas pelo IASC (International Accounting Standards Committee), assumiu a responsabilidade e começou a emitir as IFRS, que são as Normas Internacionais de Contabilidade no Brasil. (ANTUNES J., ANTUNES G. M. B. e PENTEADO, 2007).
Barth, Landsman e Lang (2008) apud Rodrigues (2012, p. 19) explicam que:

O IASB preocupou-se em criar padrões contábeis para possibilitar a comparabilidade entre as demonstrações contábeis entre empresas nos mais diversos países. Neste contexto, alguns países permitem ou exigem a utilização dos IFRS/IAS em suas demonstrações contábeis, com finalidade de promover a melhoria da qualidade das informações.

Essa preocupação é oportuna, porque processo de globalização aumenta a necessidade de melhores comunicações entre as empresas e os investidores, pois estes buscam investimentos pelo mundo todo, sendo uma das formas para melhorar esse diálogo a uniformização das demonstrações contábeis. (SOUZA, 2009).
No Brasil há vários órgãos reguladores (Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), o Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (IBRACON), a Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), Banco Central do Brasil (BACEN)) que normatizam e utilizam a contabilidade. Assim, a determinação para o estabelecimento da conformidade das normas brasileiras com os padrões internacionais da Lei n° 11.638/07, afetou, consequentemente, os pronunciamentos desses órgãos reguladores. (CARVALHO et al., 2012).
ANTUNES et al. (2012, p. 6) fala que houve entre os profissionais contábeis e os usuários da contabilidade muita inquietação com essas mudanças, porém também diz que:

As mudanças introduzidas buscam aprimorar a qualidade da informação contábil, tendo como foco principal a sua utilidade para o usuário dessa informação; melhorias visando aprimorar a compreensibilidade, a relevância, a confiabilidade e a comparabilidade das informações divulgadas, que são as características qualitativas da informação contábil e que as tornam úteis.

Por isso, “o esforço para a convergência contábil tem sido um desafio de diversas economias para produzir informações contábeis comparáveis e com alta qualidade, como é o caso do esforço da União Europeia em utilizar os IFRS [...] desde 2005.” (RODRIGUES, 2012, p. 33).
Todavia, é importante mencionar que para realizar um trabalho contábil superior não é somente necessária a adoção de padrões contábeis internacionais. Como expõe Ball et al. (2000, 2003), Leuz et al. (2003) e Burgstahler et al. (2006) apud Lima (2010) ao explicar que os países incentivadores para a divulgação de informações relevantes ao mercado de capitais é que proporcionam uma real utilidade desses padrões. (BALL et al., 2000, 2003; LEUZ et al., 2003; BURGSTAHLER et al., 2006 apud LIMA, 2010).

2.2          Estudos sobre as Normas Internacionais de Contabilidade


Diversos trabalhos já foram realizados sobre as IFRS com diferentes tipos de abordagens. Pode-se elencar alguns para mostrar seus resultados.
Shimamoto e Reis (2010) coletaram dados de 61 questionários respondidos por profissionais contabilistas com a finalidade de analisar a ótica desses profissionais em relação à convergência às normas internacionais. Perceberam que apesar da maioria absoluta dos entrevistados saber sobre a existência da convergência, os mesmos acreditam estar mais relacionado a questões formais do que a conceitos, também apresentando resistência em promover as alterações conceituais, ou seja, na essência das alterações.   
Ambos os trabalhos de Carvalho et al. (2012) e Lima et al. (2013) pesquisaram sobre as percepções de auditores sobre o processo de convergência. No caso do primeiro, analisaram em relação à percepção dos auditores independentes sobre a atuação dos profissionais de contabilidade perante as mudanças contábeis, já o segundo foi em relação à percepção dos auditores fiscais da Receita Federal sobre a importância do processo de convergência da contabilidade brasileira aos padrões internacionais. Como resultado, os dois estudos verificaram que os auditores não estão aptos a analisar informações de itens constantes nas Normas Internacionais, sendo necessária a atualização por parte desses profissionais.
A pesquisa de Souza (2009) pode ser interpretada como um complemento dos anteriores, pois teve como objetivo identificar quais as principais barreiras a serem enfrentadas, no Brasil, para a adoção das normas contábeis internacionais, de acordo com profissionais e acadêmicos contábeis. Para estes, as principais barreiras são a influência da legislação fiscal, a transição de um sistema baseado em regras para outro baseado em princípios e, portanto, mais subjetivo e a qualificação da mão de obra. No que se refere a esta última, o autor observa que o novo contador deverá ter um perfil mais executivo, participando ativamente das decisões da empresa, avaliando, julgando e decidindo, devendo também mostrar-se disponível para uma aprendizagem contínua, adaptando-se a novas situações, aprimorando seus conhecimentos sobre finanças, economia e buscando compreender o negócio da companhia como um todo.
No caso do estudo de Lima (2010) não houve uma pesquisa sobre a visão de determinados profissionais como os outros citados, mas sim uma investigação sobre se houve aumento na relevância das informações contábeis a partir da adoção parcial das normas internacionais no Brasil. Averiguou-se, pela análise de 2.277 observações trimestrais das empresas da carteira teórica do IBOVESPA, entre 1995 e 2009, que as demonstrações contábeis possuem novas informações que são incorporadas aos preços, mas não foram verificadas diferenças em seu conteúdo informacional depois do início da migração para as normas internacionais, no caso das empresas que possuem incentivos para serem mais informativas. 
Em uma ótica mais gerencial, Boscov (2013) pesquisou sobre as principais mudanças organizacionais trazidas com a implementação das IFRS nas empresas brasileiras, realizando um estudo de caso múltiplo com três grandes empresas que estão passando pelo processo de convergência. Concluiu-se que não foi possível constatar que a implementação tenha afetado diretamente a cultura das empresas, mas ela promoveu alterações em suas estruturas, havendo integração das áreas e melhor conhecimento da organização, o conselho de administração envolveu-se nessas mudanças, a área contábil ficou mais próxima do investidor e passou a conduzir consultorias financeiras. Porém, também se percebeu um desgaste no relacionamento com clientes devido a tantas novas exigências de mensuração e divulgação.
Rodrigues (2012) objetivou, em sua pesquisa, avaliar se existe melhoria na qualidade das informações contábeis elaboradas e divulgadas pelas empresas nos países em processo de convergência aos padrões internacionais. Como resultados, percebeu-se na qualidade das informações não há ainda muita contribuição desses padrões, quando analisados sob a ótica das dimensões: persistência, conservadorismo, gerenciamento de resultados e o Value Relevance, como na pesquisa.
No caso de pesquisas internacionais, pode-se citar a de Daske et al. (2008) analisa as conseqüências econômicas de Normas Internacionais ao redor do mundo. Em média, perceberam que o Mercado de liquidez aumentou na época da implementação. Também verificaram uma diminuição no custo de capital das firmas pesquisadas e um aumento na valorização das ações das empresas. Ainda destacaram a importância dos incentives para as firmas a fim de aumentar a qualidade dos relatórios financeiros, pois concluíram  que os benefícios do Mercado de capital só ocorrem em países onde as firmas recebem incentivos para serem transparentes e onde o enforcement é forte.

3           METODOLOGIA

 

3.1          Características da Pesquisa e Coleta de Dados


Esta pesquisa se configura como um replique de estudos do artigo de Carvalho et al. (2012) intitulado “Normas Internacionais de Contabilidade no Brasil: Uma Análise das percepções dos Auditores Independentes.”
Esta pesquisa pretendeu verificar a percepção dos contadores em relação as suas limitações no que concerne à adoção das Normas Internacionais.
Para alcançar os objetivos desta pesquisa, foi empreendido um plano de amostragem não probabilístico do tipo intencional compreendendo 46 contadores. A coleta de dados deu-se através da aplicação do questionário de Carvalho et al. (2012) que foram divididos em duas partes. A primeira, contendo cinco perguntas estruturadas, objetivou obter dados pessoais do contador, tais como: gênero, idade, tempo de atuação, Tipo da empresa que trabalha; Se a empresa publica ou não as demonstrações contábeis. A segunda, contendo oito afirmativas e quatro perguntas, objetivou coletar dados sobre a percepção do contador sobre a convergência da contabilidade.
O presente trabalho utilizou-se do método indutivo de natureza exploratória. Como instrumento de coleta de dados foi aplicado um questionário.

3.2          Tratamento dos Dados Coletados


Os dados coletados foram tratados com o auxílio do pacote estatístico Statistical Package for Social Sciences(SPSS) renomeado para Predictive Analytics Software (PASW) entre os anos de 2009 e 2010.
Nesta pesquisa, utilizou-se a estatística descritiva cujo objetivo é sumarizar e descrever os aspectos relevantes num conjunto de dados;

4           ANÁLISES DOS DADOS E RESULTADOS


Considerando-se este contexto de convergência contábil e de seus impactos no meio profissional, segue-se com a análise dos dados objetivando alcançar a problemática da nossa pesquisa: a percepção dos contadores em relação aos seus conhecimentos no que concerne à adoção das Normas Internacionais.
A partir da coleta de dados dos 46 questionários respondidos, foram analisadas as respostas dos profissionais contábeis da cidade de João Pessoa.

Tabela 1: Perfil dos entrevistados e da empresa que atua como contador
Característica
Descrição
Frequência
Percentual (%)
Total (%)
Gênero do respondente
Homem
21
45,7
45,7
Mulher
25
54,3
100,0
Idade do Respondente
de 18 a 28 anos
14
30,4
30,4
de 29 a 38 anos
16
34,8
65,2
de 39 a 49 anos
10
21,7
87,0
Acima de 50 anos
6
13,0
100,0
Tempo de atuação na profissão de Contador
de 1 a 5 anos
16
34,8
36,4
de 6 a 10 anos
9
19,6
56,8
mais de 10 anos
19
41,3
100,0
Que tipo de empresa Sr.(a) trabalha
S/A capital aberto
2
4,3
4,9
S/A capital fechado
4
8,7
14,6
Limitada
35
76,1
100,0
A empresa que trabalha
Publica as demonstrações contábeis
9
19,6
20,9
Não publica as demonstrações contábeis
34
73,9
100,0
Fonte: Dados da pesquisa, 2013

Das informações requeridas no questionário e conforme a Tabela 1, os contadores presentes na pesquisa, em sua maioria, possuem mais de 40 anos, atuando por mais de 10 anos na área e sua maioria, sendo assim pouco susceptíveis às mudanças quanto à convergência das normas internacionais.
A maioria dos entrevistados trabalha em empresas constituídas sob a forma de sociedade Limitada, que pela força da Lei 11.638/07, não são obrigadas a publicarem suas demonstrações. De acordo com a tabela, 73,9% não publicam as demonstrações contábeis. Mesmo que 76% das empresas desta pesquisa sejam limitas aqueles que são constituídos nas sociedades por ações, a maioria não publica 73,9%.

Tabela 2: Se considera atualizado perante o processo de convergência contábil às Normas Internacionais
Atualização
Frequência
Percentual
Percentual acumulado
Não me sinto
14
30,4
31,1
Razoavelmente atualizado
29
63,0
95,6
Sinto-me atualizado
2
4,3
100,0
Total de respondentes
45
97,8

Não respondeu
1
2,2

Total
46
100,0

Fonte: Dados da pesquisa, 2013

Dos contadores entrevistados 63% sentem-se razoavelmente atualizados referentes ao conhecimento sobre as alterações trazidas pelas normas internacionais de contabilidade. É necessário que os profissionais estejam aptos perante o processo de convergência.

Tabela 3: Importância do papel do Contador perante a convergência com as Normas Internacionais de Contabilidade
Papel
Frequência
Percentual
Percentual acumulado
Pouca Importância
2
4,3
4,3
Razoável Importância
9
19,6
23,9
Muita Importância
35
76,1
100,0
Total
46
100,0

Fonte: Dados da pesquisa, 2013

O processo de Convergência à Normas Internacionais é uma das alterações mais significativas e primordiais para aqueles que elaboram as demonstrações contábeis e consequentemente para seus usuários, os que necessitam das mesmas para a tomada de decisão. Podemos notar mais de 70% dos contadores afirmam que tal acontecimento é de extrema importância no âmbito contábil.

Tabela 4: As alterações contábeis terão influência relevante apenas para as grandes empresas e sociedades anônimas?
Alterações
Frequência
Percentual
Percentual acumulado
Discordo totalmente
15
32,6
32,6
Concordo em parte
30
65,2
97,8
Concordo totalmente
1
2,2
100,0
Total
46
100,0

Fonte: Dados da pesquisa, 2013

Assim como as mudanças que ocorrerão nas normas contábeis brasileiras para as internacionais afetaram todas as empresas sejam elas de pequeno, médio e grande porte, maioria dos entrevistados concordam em parte, que as alterações terão influência relevante apenas para as empresas de grande porte e sociedades anônimas, demonstrando desta forma que os mesmos possuem conhecimento sobre a aplicabilidade e alcance dos reflexos ocasionados pelas alterações nas normas contábeis.

Tabela 5: O processo de convergência às Normas Internacionais afetou sua rotina profissional de Contador
Convergência
Frequência
Percentual
Percentual acumulado
Não afetou a minha rotina
12
26,1
26,7
Manteve-se inalterada
19
41,3
68,9
Alterou minha rotina
14
30,4
100,0
Total de respondentes
45
97,8

Não respondeu
1
2,2

Total
46
100,0

Fonte: Dados da pesquisa, 2013

Pode-se notar que é quase estável a rotinas dos profissionais quanto às alterações trazidas pelo processo de convergência. Também é reflexo do contador está atualizado ou não sobre as normas corroborando com os demais dados da pesquisa.

Tabela 6: Se considera apto a tomar decisões relativas à necessidade de realização da imparidade nos ativos
Imparidade
Frequência
Percentual
Percentual acumulado
Não estou apto
27
58,7
60,0
Estou apto
18
39,1
100,0
Total de respondentes
45
97,8

Não respondeu
1
2,2

Total
46
100,0

Fonte: Dados da pesquisa, 2013

A imparidade de ativos e uma das alterações trazidas pela convergência que se refere ao valor recuperável do mesmo. É um dos assuntos fundamentais e que requerem conhecimento por parte do profissional. Logo se pode notar que 58,7% dos contadores não estão aptos a realizarem a identificação da paridade em um ativo.

Tabela 7: Se considera apto a tomar decisões relativas à taxa para ajuste ao valor presente de ativos e passivos
Valor presente
Frequência
Percentual
Percentual acumulado
Não estou apto
27
58,7
60,0
Estou apto
18
39,1
100,0
Total de respondentes
45
97,8

Não respondeu
1
2,2

Total
46
100,0

Fonte: Dados da pesquisa, 2013

O ajuste a valor presente de ativos e passivos é uma das alterações trazidas pela Lei 11.638/07 diz respeito ao valor de fluxos de caixa futuros, trazidos a valor presente, ou seja,  buscando uma maior aproximação a este valor (valor justo). O registro a valor de custo é um exemplo. Logo, 58,7% não se consideram apto a tomar decisões referentes à taxa para ajuste a valor presente, ficando tais profissionais incapacitados de tomarem decisões sobre a mensuração dos itens patrimoniais.

Tabela 8: Se considera apto a tomar decisões relativas à determinação da vida útil de imobilizados e intangíveis
Imobilizado
Frequência
Percentual
Percentual acumulado
Não Estou apto
15
32,6
32,6
Estou apto
31
67,4
100,0
Total
46
100,0

Fonte: Dados da pesquisa, 2013.

Mais da metade dos profissionais contábeis declaram estarem preparados a tomarem decisões referentes à determinação da vida útil de imobilizados e intangíveis, reforçando assim os dados da tabela anterior.

Tabela 9: Se consideram aptos a tomar decisões relativas aos demais itens constantes nas Normas
Normas
Frequência
Percentual
Percentual acumulado
Não estou apto
19
41,3
41,3
Estou apto
27
58,7
100,0
Total
46
100,0

Fonte: Dados da pesquisa, 2013

Mais da metade declara-se apta a tomarem decisões acerca das demais normas presentes no processo de convergência. É um pouco discrepante tal afirmação, uma vez que nos demais dados, pode-se notar que os mesmos não se sentem aptos a tomarem decisões relativas à taxa para ajuste ao valor presente de ativos e passivos, concordam em parte (a maioria) sobre as alterações trazidas pelo processo irão afetar do modo relevante apenas as empresas de grande porte. Sabe-se que as normas também são aplicáveis as PME’S, alcançando-as também.

Tabela 10: O processo de convergência das normas internacionais estimulou sua motivação em atualizar-se como profissional
Motivação
Frequência
Percentual
Percentual acumulado
Estimulou pouco minha motivação
10
21,7
21,7
manteve-se igual
14
30,4
52,2
Estimulou muito minha motivação
22
47,8
100,0
Total
46
100,0

Fonte: Dados da pesquisa, 2013.

Assim como às mudanças induzem os profissionais ao aperfeiçoamento, a convergência de acordo com os entrevistados estimulou os mesmo quanto à atualização do conhecimento deles. 47,8% declararam que o processo estimulou a motivação em manter-se atualizado sobre as mudanças pertinentes.

Tabela 11: O processo de convergência das normas internacionais, como um fator estimulante ou desestimulante para o contador
Estimulo
Frequência
Percentual
Percentual acumulado
Desestimulante
7
15,2
15,2
Manteve-se igual
20
43,5
58,7
Muito estimulante
19
41,3
100,0
Total
46
100,0

Fonte: Dados da pesquisa, 2013.

Mesmo que mais da metade dos entrevistados declarem que o processo de convergência estimulou os mesmos a atualização dos conhecimentos profissionais, é quase igual os que se sentem estimulados ou não sentiram motivação para o exercício da sua profissão.

Tabela 12: O processo de convergência proporcionou aumentou do número de situações de conflito entre empresários e contadores
Conflito
Frequência
Percentual
Percentual acumulado
Não aumentou o número de situações de conflito
5
10,9
11,1
Manteve-se igual
20
43,5
55,6
Aumentou o número de situações de conflito
20
43,5
100,0
Total de respondentes
45
97,8

Não respondeu
1
2,2

Total
46
100,0

Fonte: Dados da pesquisa, 2013

É unânime entre os entrevistados os que declaram que houve/manteve-se igual a situação de conflito entre empresários e os profissionais contábeis. Podem-se reforçar os mesmos não se sentem em sua maioria apta quanto aos conhecimentos acerca do processo de convergência.

Tabela 13: O processo de convergência às Normas Internacionais de Contabilidade promoverá uma maior valorização para o profissional contábil brasileiro
Valorização
Frequência
Percentual
Percentual acumulado
Discordo totalmente
2
4,3
4,4
Concordo em parte
27
58,7
64,4
Concordo totalmente
16
34,8
100,0
Total de respondentes
45
97,8

Não respondeu
1
2,2

Total
46
100,0

Fonte: Dados da pesquisa, 2013

O processo de convergência é atualmente um dos assuntos mais discutidos no âmbito da formação de um profissional contábil, principalmente aos presentes e futuros contadores. Observa-se que 93,5% consideram que tal acontecimento promoverá uma maior valorização da profissão, destes 34,8% acreditam que realmente ocorrerá esta valorização.

5        CONCLUSÕES


Este trabalho teve como objetivo analisar as percepções dos contadores sobre seus conhecimentos às mudanças contábeis relacionadas às Normas Internacionais de Contabilidade.
Em relação ao perfil, a maioria dos entrevistados eram mulheres, mas foi uma porcentagem bem próxima à do sexo masculino. Possuem mais de 40 anos, atuando por mais de 10 anos na área, sendo assim pouco susceptíveis às mudanças quanto à convergência das normas internacionais.
Dos contadores entrevistados, 63% sentem-se razoavelmente atualizados referentes ao conhecimento sobre as alterações trazidas pelas normas. A maioria afirmou que tal acontecimento é de extrema importância no âmbito contábil e concordam, em parte, que as alterações terão influência relevante apenas para as empresas de grande porte e sociedades anônimas. Em seus ambientes de trabalho, a maioria não percebeu mudanças nas rotinas com as alterações trazidas pelo processo de convergência.
Mais da metade dos contadores pesquisados não estão aptos a realizarem a identificação da paridade em um ativo, não se consideram aptos a tomar decisões referentes à taxa para ajuste a valor presente ou decisões referentes à determinação da vida útil de imobilizados e intangíveis, que são alterações trazidas pela convergência. Em contrapartida, mais da metade também se declarou apta a tomar decisões acerca das demais normas presentes no processo de convergência.
O processo de convergência estimulou mais da metade a sua atualização dos conhecimentos profissionais, é quase igual os que não se sentem estimulados ou não sentiram motivação para o exercício da sua profissão.
É unânime entre os entrevistados os que declaram que houve/manteve-se igual a situação de conflito entre empresários e os profissionais contábeis. Podem-se reforçar os mesmos não se sentem em sua maioria apta quanto aos conhecimentos acerca do processo de convergência.
Quase todos (93,5%) consideraram que o processo promoverá uma maior valorização da profissão, mas somente destes 34,8% acreditam que realmente ocorrerá esta valorização.
Pode-se então concluir que os profissionais percebem a importância das Normas Internacionais, mas ainda há muitos obstáculos a enfrentar em relação ao entendimento e aplicabilidade das mesmas, como uma maior instrução e menor falta de informação dos contadores para elas.


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